sábado, 13 de abril de 2019

Intervenção para uma criança com TEA no ambiente escolar


Produzido por:
Danielle Fernanda Lopes Matheus Dias
Manoa Pereira Vitorino Martins 
Mariana Tenório da Silva Lima
Raíssa Anselmo da Silva

Olá!
Hoje iremos apresentar um estudo de caso, sobre uma criança do maternal II, de uma determinada escola, ele é um aluno com TEA (Transtorno do Espectro Autista), conceituado como “[...] um transtorno global do desenvolvimento, que afeta áreas do cérebro que comandam a comunicação e a interação [...]”. (TELES, CRUZ, SOUZA. 2017, p. 153). Iremos chama-lo de Felipe para preservar sua identidade. Felipe tem dificuldades de interação com seus colegas, mas gosta de brincar com alguns brinquedos, porem quando as outras crianças tentam reunir-se com ele e querem compartilhar os brinquedos, Felipe não permite interação com os colegas em momento algum, nem tão pouco dá atenção as rodas de conversas que a professora propõe. Quando isso acontece a professora deixa Felipe de lado brincando apenas com os brinquedos preferidos, por não conseguir chamar a sua atenção, por outro lado as outras crianças sentem-se incomodadas por ele continuar a brincar, enquanto os mesmos tem que fazer outras atividades, como por exemplo ficarem sentados por um tempo determinado participando da roda de conversa.
Então a partir dessa situação problema iremos dar quatro possíveis soluções para ajudar a professora a lidar com Felipe e seus colegas.

Fonte: Cartilha: Autismo: Uma realidade por Ziraldo, p.10

1.      Roda de Conversa
A Roda de Conversa se revela um espaço de dialogo, importante ferramenta de intervenção, pois, possibilita a comunicação, resultando em reflexões sobre o reconhecimento e o respeito ao outro, estimulando a participação coletiva. Ela auxilia na construção de um ambiente acolhedor para a diversidade.
Por esses motivos pensamos que a professora deveria fazer uma roda de conversa com seus alunos explicando sobre a condição de Felipe, estimulando que as crianças brinquem com ele e o respeitem quando estiver brincado fora de hora. Neste momento ela pode trabalhar as diferenças com as crianças e o respeito não somente ao Felipe, mas a todos. Para tentar fazer com que Felipe participe, a professora pode fazer atividades nessa roda que Felipe goste, para que ele se sinta a vontade com ela e com os demais colegas. Ao finalizar a roda, solicitar que as crianças desenhem sobre o que conversaram.
Ao desenvolver o projeto de intervenção na turma, o foco é proporcionar praticas de reconhecimento do outro, a fim de quebrar algumas barreiras, para poder criar um ambiente amigável para as crianças. Todas elas terão a oportunidade de participar de diferentes situações de aprendizagens, num processo ativo de construção de significados e expressão.

2.      Atendimento Multidisciplinar
A segunda intervenção que pensamos para ajudar tanto Felipe, quanto a professora e seus colegas, como ele já é diagnosticado com TEA, supomos que ele tenha passado por médicos e psicólogos, contudo como Felipe apresenta agressividade, seria necessário que a professora juntamente com a coordenação pedagógica chamar os pais para um diálogo sobre o que tem acontecido em sala e solicitar deles um acompanhamento médico (caso não o façam) para acompanhar a questão da agressividade dele. E caso os pais afirmem que esse acompanhamento é realizado, solicitaríamos a avaliação de uma equipe multidisciplinar, com a autorização dos pais, para que esta equipe faça um relatório de Felipe, para que seja enviado ao médico da criança.
Sobre o acompanhamento multidisciplinar no processo de inclusão de Felipe, concordamos com os autores Teles, Cruz e Souza (2017, p. 167), quando afirmam:
[...] que estimular precocemente todas as áreas adaptativas, com profissionais especializados, trabalhando em conjunto por meio de uma equipe multidisciplinar, é um caminho para o tratamento efetivo do TEA. Entendemos que os benefícios da estimulação precoce, a prática de atividades físicas e as diversas terapias terão papel fundamental no desenvolvimento do indivíduo com Autismo, que indubitavelmente irá refletir no processo de inclusão escolar.

Felipe tem entre 3 anos e já foi diagnosticado com TEA, está matriculado em uma escola que está preocupada de fato com sua inclusão e interação, quanto mais cedo a equipe multidisciplinar trabalhar com ele, melhor será sua inclusão na escola.
3.      Monitor para o aluno:
Outra intervenção que pensamos é a solicitação de um monitor, pois ao que parece a professora não tem uma pessoa exclusiva para cuidar de Felipe. Esses profissionais que acompanham crianças com autismo no ambiente escolar podem ser chamados também de mediadores ou tutores. A função do monitor é de estimular o desenvolvimento da criança em uma coletividade. Segundo Lucelmo Lacerda, “Alguns compreendem que o papel deste acompanhante é o de cuidador. Se assim for, só tem direito estudantes que não consigam, sem auxilio, ir ao banheiro, comer, ou executar outras atividades de igual natureza [...]. (LACERDA, 2009, p.29). Contudo sabemos que não é só isso que esse monitor faz, ele auxilia no desenvolvimento pedagógico da criança, daí a importância desse profissional ter o preparo adequado para desempenhar sua função
4.      Trabalhar a interação na hora do brincar
 Observando que Felipe tem interesse em determinados brinquedos, podemos aproximar ele dos seus colegas usando esses brinquedos levando em consideração que crianças como Felipe comunicam-se melhor quando o assunto é do seu interesse. A professora deve fazer essa intervenção de forma que cada um tenha o seu brinquedo, para não haver desentendimentos, pois apesar de Felipe ser o único com TEA, as outras crianças estão entre 3 e 4 anos de idade, portanto é comum nessa faixa etária que desentendimentos aconteçam por causa dos brinquedos. Essa seria apenas uma tentativa de aproximar os colegas de Felipe para que ele não fique sozinho e para que as outras crianças entendam que a professora não tem preferências ou dá privilégios a ele quando fica o tempo todo brincando.
Conclusão
Sabemos que existem outras intervenções possíveis para auxiliar na situação problema de Felipe, contudo procuramos elencar aquelas que achamos mais importantes para intervir na realidade dessa criança. Na roda de conversa o principal objetivo é explicar às crianças as diferenças e ensiná-las desde cedo o respeito; o acompanhamento com a equipe multidisciplinar incluindo o médico é de suma importância para o sucesso da integração de Felipe; é necessário que ele tenha um monitor exclusivo para ele, para auxiliá-lo também na questão pedagógica e é extremamente necessário que seja trabalhado a interação entre Felipe e os colegas principalmente na hora do brincar.
Esperamos que com essas intervenções Felipe, a professora e os colegas possam ter sucesso no processo de inclusão-interação, uma vez que incluído Felipe já está, pois encontra-se matriculado e frequentando as aulas, porém precisa de interação para que se desenvolva mesmo com o TEA. Podemos perceber que não é somente o Felipe que precisa aprender a interagir, mas também os colegas e a própria professora.

Referências
ALVES, Maria; MURADAS, Michelle. Caminhos da Inclusão e a Inclusão como caminho fortalecendo a teia da vida. In. ANAIS EDUCERE- XII Congresso Nacional de Educação. Curitiba: PUCPR, 2016. p. 15249-1566.

Atendimento Pedagógico  das Crianças com Autismo. Disponível em https://www.aprendercrianca.com.br. Acesso em: 11 de abril de 2019.

LACERDA, Lucelmo. Mediador escolar, quem tem direito? Revista Autismo. On line. Ano V, N. 4. p. 29, Março – maio, 2019.

PINTO, Ziraldo Alves. Autismo: uma realidade, São Paulo: Megatério Estúdio, 2013, p. 1-27.

TELES, Perolina; CRUZ, Cândida; SOUZA. Educação, TEA e singularidades: desafios para a construção da inclusão. In. SOUZA, Rita (Org.). Tons de Azul. Múltiplos olhares sobre o Transtorno de Espectro do Autista (TEA) Aracajú, 2017. p. 153-168












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